Apoio às Mães no Pós-Parto: Conheça os Projetos de Lei e Iniciativas em Andamento no Brasil
Os cuidados com a mulher não acabam após o parto — e, finalmente, isso está sendo levado a sério. Neste artigo, reunimos os principais projetos de lei e iniciativas em andamento no Brasil que oferecem suporte psicológico, acolhimento emocional, orientação e atendimento especializado para mães no pós-parto. Conheça o que está mudando e como essas ações podem transformar a maternidade no país.
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Elaine Derrico
7/18/20253 min ler


Apoio às Mães no Pós-Parto: Conheça os Projetos de Lei e Iniciativas em Andamento no Brasil
O período pós-parto, também conhecido como puerpério, é uma fase intensa de adaptação física, emocional e social para a mulher. Além das transformações hormonais e da responsabilidade com os cuidados do recém-nascido, muitas mães enfrentam solidão, inseguranças e, em alguns casos, transtornos emocionais como a depressão pós-parto.
Felizmente, o cenário está mudando. Diversos projetos de lei e ações públicas têm sido criados para oferecer suporte real às mães brasileiras nessa etapa tão delicada. A seguir, destacamos os principais projetos em andamento que estão ajudando a transformar o cuidado pós-parto em nosso país.
PL 1761/2025 – Apoio Psicológico Obrigatório no Pós-Parto
Um dos projetos mais importantes do ano, o PL 1761/2025, apresentado pela deputada Ely Santos (Republicanos-SP), propõe atendimento psicológico obrigatório para mães nos primeiros seis meses após o parto, tanto no sistema público quanto no privado.
O que prevê o projeto:
Avaliação psicológica nas 4 primeiras semanas após o parto;
Sessões quinzenais individuais ou em grupo com psicólogos;
Encaminhamento para psiquiatra, se necessário;
Possibilidade de incluir o parceiro ou outro membro da rede de apoio no acompanhamento.
Esse projeto já foi protocolado e aguarda aprovação e sanção. Se aprovado, poderá mudar significativamente a forma como o sistema de saúde trata a saúde mental das puérperas no Brasil.
Projeto Aurora – Suporte Digital no Pós-Parto
Criado pela startup L2D Saúde Digital, o Projeto Aurora oferece acompanhamento remoto para mães desde a alta hospitalar até os primeiros dias em casa com o bebê.
O que oferece:
Central de enfermagem 24 horas por WhatsApp;
Consultas virtuais com profissionais sobre amamentação, pega correta do bebê e dúvidas gerais;
Atendimento humanizado e rápido em municípios como Tatuí e Itupeva (SP).
É uma alternativa moderna, prática e acessível, especialmente para quem tem dificuldade de locomoção ou mora em locais com menos recursos médicos.
Projeto “Do Acolhimento à Amamentação” – Goiás
O Governo de Goiás lançou um projeto voltado ao cuidado emocional das mães e à promoção do aleitamento materno. O programa inclui rodas de conversa, oficinas e atendimentos com equipes multiprofissionais logo após o parto.
Essa é mais uma prova de que estados brasileiros estão se mobilizando para oferecer apoio humanizado às mulheres nesse momento vulnerável.
Guia Obstétrico – App com Apoio do Einstein e MSD
Recentemente, foi lançado o aplicativo Guia Obstétrico, resultado da parceria entre o Hospital Albert Einstein e o programa “MSD para Mães”. O app é gratuito e reúne informações úteis para gestantes, puérperas, profissionais de saúde e familiares.
Conteúdo do app:
Riscos maternos e sinais de alerta;
Cuidados após o parto;
Dicas sobre hemorragia, infecções e pré-eclâmpsia;
Direcionamento para redes de apoio.
O aplicativo está sendo testado em estados como Amazonas, Goiás, Pará, Paraná e Sergipe, com foco em mulheres em situação de vulnerabilidaLei de Humanização do Luto Parental
Sancionada em maio de 2025, essa nova lei garante atendimento psicológico e acolhimento digno a mães e pais que sofrem perdas gestacionais, natimortos ou falecimentos neonatais.
Entre os direitos garantidos:
Acompanhamento psicológico imediato;
Alas separadas para evitar constrangimentos no hospital;
Exames para investigar causas da perda;
Apoio e planejamento em futuras gestações.
Essa é uma conquista histórica e um passo fundamental para reconhecer a dor do luto perinatal como parte da saúde pública.
A Importância da Rede Cegonha
Criada em 2011, a Rede Cegonha continua sendo a principal política pública nacional de atenção integral à saúde da mulher e do bebê. Ela inclui consultas, orientações, exames e assistência no pós-parto até os 28 dias de vida do bebê.
Mesmo com novos projetos surgindo, a Rede Cegonha ainda é um pilar essencial no cuidado com a mulher no puerpério.
Conclusão
Esses projetos e iniciativas são um alento para muitas mães brasileiras que, por anos, enfrentaram o pós-parto sem apoio adequado. O reconhecimento da saúde mental, do acolhimento emocional e da informação de qualidade como direitos básicos da puérpera é um avanço necessário e urgente.
Se você é mãe, profissional da saúde ou apenas alguém que acredita em uma maternidade mais humana e justa, compartilhe essas informações. Quanto mais visibilidade dermos a esses projetos, maior será a chance de eles saírem do papel e fazerem a diferença na vida de milhares de mulheres.